da BBC Brasil
Pessoas que bebem chá e café correm menos riscos de desenvolver diabetes do tipo 2, concluíram especialistas após análise de vários estudos sobre o assunto.
Curiosamente, a proteção pode não estar associada à cafeína, uma vez que o café descafeinado parece ser mais efetivo, dizem os pesquisadores em artigo na revista científica "Archives of Internal Medicine".
Eles analisaram 18 estudos separados envolvendo quase 500 mil pessoas.
E concluíram que pessoas que bebem três ou quatro xícaras de café ou chá por dia diminuem suas chances de desenvolver a condição em um quinto ou mais.
A mesma quantidade de café descafeinado teve um efeito ainda maior, diminuindo os riscos em um terço.
O diabetes do tipo 2, ou diabetes mellitus do tipo 2, é a forma mais comum de diabetes.
Ele começa a se manifestar após os 40 anos de idade e se desenvolve quando o corpo produz insulina, mas não o suficiente, ou quando a insulina que é produzida não funciona direito.
Ele é tratada com uma dieta saudável e aumento na atividade física. Medicação e insulina também são receitados com frequência.
Se as conclusões do estudo forem confirmadas, médicos podem começar a aconselhar pacientes a colocar a água para ferver além do aumento nos exercícios e a atenção com a dieta e o peso --dizem os pesquisadores.
Estudo
Quando os pesquisadores combinaram e analisaram os dados colhidos pelos 18 estudos, descobriram que cada xícara adicional de café ingerida por dia diminui os riscos de diabetes em 7%.
A chefe da equipe, Rachel Huxley, da Universidade de Sydney, na Austrália, disse que é pouco provável que os resultados estejam associados unicamente à cafeína, dada a revelação de que o café descafeinado é mais efetivo.
Outros componentes do café e do chá --entre eles, o magnésio e os antioxidantes conhecidos como ácidos clorogênicos-- podem estar envolvidos no processo.
Segundo Huxley, "a identificação dos componentes ativos dessas bebidas abriria novas opções terapêuticas para a prevenção da diabetes mellitus".
"Se esses efeitos benéficos forem confirmados em testes, as implicações para milhões de indivíduos que sofrem de diabetes mellitus, ou que correm riscos de desenvolvê-la no futuro, seriam substanciosas", disse Huxley.
Uma representante da entidade britânica Diabetes UK, Victoria King, disse: "Sem informações completas sobre que outros fatores podem estar influenciando os riscos de desenvolver a diabetes do tipo 2 nos participantes do estudo - como seu nível de atividade física e dieta - ou sobre qual seria o ingrediente ativo do chá ou café responsável, não podemos saber ao certo a que se deve esse efeito, se é que ele existe".
"O que sabemos com certeza é que o desenvolvimento da diabetes do tipo 2 está fortemente associado ao estilo de vida, o que significa que muitos casos poderiam ser prevenidos com atividade física e uma dieta saudavel que seja pobre em gordura, sal e açúcar e rica em frutas e legumes", aconselha King.
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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
sábado, 8 de agosto de 2009
"Eu sempre gostei de café"
Para o repórter Alberto Gaspar, investigar os mitos e as verdades sobre o café não foi nenhum sacrifício.
De volta ao Brasil, depois de quatro ano como correspondente internacional da TV Globo, ele aproveitou para matar as saudades do grande amigo José Braz Matiello, engenheiro agrônomo que participou da reportagem.
Alberto Gaspar fala sobre as cidades que percorreu durante as gravações e ressalta o prazer de trabalhar em uma equipe tão integrada com a do Globo Repórter.
No vídeo, você ainda confere imagens exclusivas dos bastidores do programa.
Coador de pano deve ser guardado na geladeira
Medida evita a proliferação de bactérias. Além disso, o coador de pano deve ser lavado sem sabão e trocado a cada mês. Confira as dicas de uma especialista para fazer um bom cafezinho.
ALBERTO GASPAR São Paulo
Mais ou menos torrado, forte ou suave, o campeão na preferência nacional continua sendo o de coador. Mas o café nosso de cada dia também pode ser expresso, capuccino, há quem prefira a cafeteira italiana. Seja qual for a variedade, a procedência, a qualidade, o preço do café que se compra, existem alguns cuidados básicos para melhorar a bebida preparada em casa. Com a palavra, uma especialista, ou barista, o nome da profissão de Cleia Junqueira, do Sindicato da Indústria de Café do Estado de São Paulo (Sindicafé). Ela conhece e ama o café e não gosta de ver o produto maltratado.
"O café não tem nada de simples. É uma bebida extremamente delicada. Eu interfiro totalmente no preparo dela. Errar no preparo de um café é a coisa mais fácil que existe", diz Cleia.
Vamos, então, a algumas regrinhas básicas, começando pelo clássico coador de pano. Se for novo, ele precisa ser curtido, em uma mistura de café e água fervendo. E tem prazo de validade.
"O coador de pano tem validade de um mês. Se fizer café todo dia no mesmo coador de pano, depois de um mês, tem que trocar. Não dá para herdar o coador de pano da avó", orienta Cleia.
Enquanto estiver em uso, a dica, entre um café e outro, é lavar sem sabão e guardar em um recipiente com água na geladeira, para não criar bactérias.
Dúvida importante: coador de pano ou filtro de papel? Tanto faz, diz Cleia. Segundo ela, a única diferença é que, no papel, a água passa mais rápido. E é bom lembrar: esses filtros não devem ser reutilizados. São descartáveis mesmo.
Quanto à água, em qualquer caso, Cleia recomenda que seja filtrada. E um detalhe fundamental: ela deve ser aquecida, mas não fervida. O ponto certo é quando apenas começa a borbulhar. "O ponto ideal é o café que não queima a língua. Assim, a água não queima o pó do café. Você vai tomar uma bebida muito aromática e saborosa", garante Cleia.
A quantidade de pó depende de gosto, mas existe uma medida padrão. "Usamos de seis a oito colheres de sopa de pó para um litro de água. Para meio litro, de três a quatro", diz Cleia.
A barista deixa tudo escaldado em água quente. "Esquentar a xícara e o bule faz diferença, porque você está preparando o recipiente para receber uma bebida quente", explica.
Na hora de preparar o café, a água deve ser jogada em fio sobre o pó. E nada de mexer ou misturar com a colher. Outro erro é guardar café adoçado em garrafa térmica. "Com o tempo, o café vai perdendo o gosto agradável. O café vai oxidando e fica aquele gosto de café requentado. Se colocarmos o café coado em uma garrafa térmica, ele vai ter validade de uma hora. Uma boa dica talvez seja fazer em menores quantidades, mais vezes", diz Cleia.
O ideal, para saborear o café, é não usar açúcar. Claro que esse não é o gosto da maioria. Mas para quem quiser experimentar, Cleia sugere: "Dê o primeiro gole sem açúcar e depois adoce. Depois, você toma dois golinhos sem açúcar e assim vai aprendendo a tomar café de maneiras diferentes".
Dicas de armazenamento: nunca misturar o pó de café novo com aquele restinho do antigo. E o recipiente deve ser escuro. O melhor é uma lata, conservada em geladeira. "A geladeira ajuda a conservar melhor as propriedades do café. Em uma embalagem hermeticamente fechada, ele não vai umedecer. Se eu guardar o café em um pacote mal vedado, o pó vai umedecer e absorver todos os outros aromas da geladeira. Não é que estrague, porque café não estraga. Mas o aroma e o sabor vão ser alterados", explica Cleia.
ALBERTO GASPAR São Paulo
Mais ou menos torrado, forte ou suave, o campeão na preferência nacional continua sendo o de coador. Mas o café nosso de cada dia também pode ser expresso, capuccino, há quem prefira a cafeteira italiana. Seja qual for a variedade, a procedência, a qualidade, o preço do café que se compra, existem alguns cuidados básicos para melhorar a bebida preparada em casa. Com a palavra, uma especialista, ou barista, o nome da profissão de Cleia Junqueira, do Sindicato da Indústria de Café do Estado de São Paulo (Sindicafé). Ela conhece e ama o café e não gosta de ver o produto maltratado.
"O café não tem nada de simples. É uma bebida extremamente delicada. Eu interfiro totalmente no preparo dela. Errar no preparo de um café é a coisa mais fácil que existe", diz Cleia.
Vamos, então, a algumas regrinhas básicas, começando pelo clássico coador de pano. Se for novo, ele precisa ser curtido, em uma mistura de café e água fervendo. E tem prazo de validade.
"O coador de pano tem validade de um mês. Se fizer café todo dia no mesmo coador de pano, depois de um mês, tem que trocar. Não dá para herdar o coador de pano da avó", orienta Cleia.
Enquanto estiver em uso, a dica, entre um café e outro, é lavar sem sabão e guardar em um recipiente com água na geladeira, para não criar bactérias.
Dúvida importante: coador de pano ou filtro de papel? Tanto faz, diz Cleia. Segundo ela, a única diferença é que, no papel, a água passa mais rápido. E é bom lembrar: esses filtros não devem ser reutilizados. São descartáveis mesmo.
Quanto à água, em qualquer caso, Cleia recomenda que seja filtrada. E um detalhe fundamental: ela deve ser aquecida, mas não fervida. O ponto certo é quando apenas começa a borbulhar. "O ponto ideal é o café que não queima a língua. Assim, a água não queima o pó do café. Você vai tomar uma bebida muito aromática e saborosa", garante Cleia.
A quantidade de pó depende de gosto, mas existe uma medida padrão. "Usamos de seis a oito colheres de sopa de pó para um litro de água. Para meio litro, de três a quatro", diz Cleia.
A barista deixa tudo escaldado em água quente. "Esquentar a xícara e o bule faz diferença, porque você está preparando o recipiente para receber uma bebida quente", explica.
Na hora de preparar o café, a água deve ser jogada em fio sobre o pó. E nada de mexer ou misturar com a colher. Outro erro é guardar café adoçado em garrafa térmica. "Com o tempo, o café vai perdendo o gosto agradável. O café vai oxidando e fica aquele gosto de café requentado. Se colocarmos o café coado em uma garrafa térmica, ele vai ter validade de uma hora. Uma boa dica talvez seja fazer em menores quantidades, mais vezes", diz Cleia.
O ideal, para saborear o café, é não usar açúcar. Claro que esse não é o gosto da maioria. Mas para quem quiser experimentar, Cleia sugere: "Dê o primeiro gole sem açúcar e depois adoce. Depois, você toma dois golinhos sem açúcar e assim vai aprendendo a tomar café de maneiras diferentes".
Dicas de armazenamento: nunca misturar o pó de café novo com aquele restinho do antigo. E o recipiente deve ser escuro. O melhor é uma lata, conservada em geladeira. "A geladeira ajuda a conservar melhor as propriedades do café. Em uma embalagem hermeticamente fechada, ele não vai umedecer. Se eu guardar o café em um pacote mal vedado, o pó vai umedecer e absorver todos os outros aromas da geladeira. Não é que estrague, porque café não estraga. Mas o aroma e o sabor vão ser alterados", explica Cleia.
Aroma de café estimula áreas de prazer no cérebro
Bebida tem mais de 200 componentes que são liberados no ar e que podem ser percebidos pelo olfato.
ALBERTO GASPAR São Paulo
O café virou mania no mundo inteiro. Mais ainda, entre os brasileiros. Acredite: os brasileiros tomam 430 milhões de cafezinhos por dia. E é esse consumo que está despertando a atenção de pesquisadores. Um centro de neurociências do Rio de Janeiro quer analisar a ação do café no cérebro, começando pelo aroma. É que, nesse aspecto, segundo os pesquisadores, não existe substância mais rica na natureza.
"Se a gente comparar o café, por exemplo, com o vinho ou com os perfumes, ele é mais rico no perfil de aromas do que qualquer uma dessas substâncias. O café tem mais de 200 componentes que são liberados no ar e que podem ser percebidos pelo olfato", diz o neurocientista Jorge Moll, da Rede Labs D'Or.
A corretora de imóveis Karen e o físico Miatã são pessoas que apreciam um bom café. Os dois fazem parte do grupo de voluntários da pesquisa. O cérebro de cada um está sendo mapeado em exames de ressonância magnética de alta qualidade. Os pesquisadores adaptaram um equipamento de anestesia para levar o aroma até os voluntários, que devem permanecer imóveis dentro do aparelho. A diferença é que, em vez de anestésico, eles inalam café enquanto são examinados.
"Podemos detectar o efeito do café em vários circuitos cerebrais. A primeira região é a da percepção olfativa, chamada córtex olfativo, onde o cheiro é percebido. Qualquer tipo de cheiro ativa essa região", explica doutor Jorge Moll.
O efeito é bem claro: qualquer cheiro é capaz de ativar os pontos. O que chama mesmo a atenção dos pesquisadores é a potência com que o aroma do café atinge, também, outras regiões do cérebro.
"A ativação das áreas do prazer acontece no tronco cerebral. São áreas que respondem fortemente a estímulos prazerosos. De certa forma, foi surpreendente ver que mesmo um aroma sutil, entregue através de vários tubos dentro de um aparelho de ressonância magnética, ativa de forma tão robusta essas regiões do prazer", revela doutor Jorge Moll. "As áreas chamadas áreas do prazer e da recompensa são ativadas por diversos estímulos prazerosos. Até a música prazerosa, por exemplo, ativa essas regiões. Sexo e diversos tipos de prazer são ativos nessas regiões, que são ricas em dopamina", completa.
Café, sexo, drogas e rock and roll? O estudo ainda vai longe. Se mexe tanto com o prazer humano, poderia o café ser fonte de um remédio natural e eficiente para promover a felicidade? A chamada medicina das emoções deve estar bem interessada nisso.
ALBERTO GASPAR São Paulo
O café virou mania no mundo inteiro. Mais ainda, entre os brasileiros. Acredite: os brasileiros tomam 430 milhões de cafezinhos por dia. E é esse consumo que está despertando a atenção de pesquisadores. Um centro de neurociências do Rio de Janeiro quer analisar a ação do café no cérebro, começando pelo aroma. É que, nesse aspecto, segundo os pesquisadores, não existe substância mais rica na natureza.
"Se a gente comparar o café, por exemplo, com o vinho ou com os perfumes, ele é mais rico no perfil de aromas do que qualquer uma dessas substâncias. O café tem mais de 200 componentes que são liberados no ar e que podem ser percebidos pelo olfato", diz o neurocientista Jorge Moll, da Rede Labs D'Or.
A corretora de imóveis Karen e o físico Miatã são pessoas que apreciam um bom café. Os dois fazem parte do grupo de voluntários da pesquisa. O cérebro de cada um está sendo mapeado em exames de ressonância magnética de alta qualidade. Os pesquisadores adaptaram um equipamento de anestesia para levar o aroma até os voluntários, que devem permanecer imóveis dentro do aparelho. A diferença é que, em vez de anestésico, eles inalam café enquanto são examinados.
"Podemos detectar o efeito do café em vários circuitos cerebrais. A primeira região é a da percepção olfativa, chamada córtex olfativo, onde o cheiro é percebido. Qualquer tipo de cheiro ativa essa região", explica doutor Jorge Moll.
O efeito é bem claro: qualquer cheiro é capaz de ativar os pontos. O que chama mesmo a atenção dos pesquisadores é a potência com que o aroma do café atinge, também, outras regiões do cérebro.
"A ativação das áreas do prazer acontece no tronco cerebral. São áreas que respondem fortemente a estímulos prazerosos. De certa forma, foi surpreendente ver que mesmo um aroma sutil, entregue através de vários tubos dentro de um aparelho de ressonância magnética, ativa de forma tão robusta essas regiões do prazer", revela doutor Jorge Moll. "As áreas chamadas áreas do prazer e da recompensa são ativadas por diversos estímulos prazerosos. Até a música prazerosa, por exemplo, ativa essas regiões. Sexo e diversos tipos de prazer são ativos nessas regiões, que são ricas em dopamina", completa.
Café, sexo, drogas e rock and roll? O estudo ainda vai longe. Se mexe tanto com o prazer humano, poderia o café ser fonte de um remédio natural e eficiente para promover a felicidade? A chamada medicina das emoções deve estar bem interessada nisso.
Café com leite melhora o rendimento de estudantes
De acordo com o médico Darcy Lima, bebida deixa os alunos mais atentos para as aulas. Professores aprovam a novidade na merenda.
ALBERTO GASPAR Campinas (SP)
A derrubada dos preconceitos contra o café chega até a hora do recreio. Já não é difícil encontrá-lo em escolas do ensino fundamental. Os alunos fazem fila para tomar café com leite. O Projeto Café na Merenda deve alcançar, este ano, um milhão de crianças em todo o Brasil.
"O estudante que toma café com leite, comparado ao que não toma, tem melhor desempenho na escola, rende mais. Ele se alimenta e fica mais atento para a aula. Assim, ele aprende mais", diz o médico Darcy Lima, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Doutor Darcy Lima, o pai da ideia, há 20 anos comanda uma cruzada em favor do café. E, para defender, é preciso explicar o que é o café em detalhes. "O café tem vitaminas, antioxidantes e mais minerais que qualquer água mineral. Quais são os minerais importantes do corpo humano? O que previne a anemia? Ferro. O que mantém a energia, a atividade e o sistema imunológico? O zinco. E o que o atleta precisa para não se esgotar e ficar com fraqueza muscular e cansaço quando está jogando tênis? Cálcio e potássio", ensina doutor Darcy Lima.
Uma escola do Sesi em Campinas oferece café com leite três vezes por semana a mais de 600 alunos. São 20 quilos de pó de café e 700 litros de leite por mês. A merendeira Gildete Firmino faz a mistura com todo o carinho. Mas, pessoalmente, tem outra preferência. "Eu amo café. Só café. E quente. Mas as crianças precisam de leite", diz ela.
Falta de energia não costuma ser o problema de ninguém na fase de crescimento. Mas existem outros aspectos importantes, principalmente na escola, em que o café pode dar uma forcinha a mais para crianças e adolescentes.
Administrar essa energia toda é sempre um desafio para pais e professores. Quem estuda no período da manhã pode trazer de casa um certo sono, que afeta a atenção e as condições de aprender. E à tarde, o problema é aquela preguiça que bate depois do almoço. Nada que o café com leite não ajude a resolver.
"A mente fixa na aula. Não escapamos com outros assuntos. Ficamos fixos na aula. Sem café, era mais difícil. Nos soltávamos facilmente", lembra Gianlucca, de 10 anos.
"Eu não tomava muito café e não tinha muita concentração na aula, não conseguia desenvolver quase nada. Agora, que comecei a tomar café, tenho muito mais desenvolvimento do que antigamente", conta Danilo, de 10 anos.
Mas café também é questão de gosto, claro.
"O sabor não me agrada. É amargo. Mesmo com açúcar, eu não gosto. Eu prefiro água", diz Gustavo, de 10 anos.
"Já tomei uma vez e não gostei. Acho que deixa um pouco de mau hálito", justifica Nathan, de 10 anos.
As professoras não têm dúvidas: aprovam a novidade na merenda. "Eu acho que eles retornam mais ativos, mais inteirados na aula, mais ligados", observa Sonia de Fátima Costa.
"Eu percebo que nos dias com café na merenda as crianças têm uma concentração maior. Eu jogo um pouco com as matérias em função disso. Procuro sempre trabalhar matérias que exigem mais concentração, como matemática, depois do lanche. Porque sei que vou ter uma resposta melhor do que antes do lanche", diz a professora Rosângela Moreira.
E para quem ainda se preocupa com a cafeína, o médico e professor da UFRJ alerta:
uma garrafa de dois litros de refrigerante tem a mesma quantidade de cafeína de três xícaras de café. E o que se recomenda, para crianças de até 10 anos de idade, são três xícaras de café com leite.
"É uma compatibilidade que a natureza fez entre uma fruta e um produto animal: o suco da semente do café com o leite, que é o mais nobre dos alimentos", conclui doutor Darcy Lima.
A própria afirmação de que a cafeína diminuiria a absorção do cálcio tem sido desmentida por alguns estudos, diz doutor Darcy Lima. O café também não é mais considerado dopping em competições esportivas. Mas pode, mesmo, interferir no sono.
"Realmente, o café acorda. Mas ele é uma bebida diurna. Depois das 17h, não se toma mais café, porque o ciclo do sono vigília começa. O café é uma bebida saudável para pessoas saudáveis. O café pode desencadear pânico. Quem tem ansiedade, insônia, tendência à hipertensão, arritmia deve procurar orientação médica", aconselha doutor Darcy Lima.
E mesmo para quem é adulto e saudável, os médicos não recomendam mais do que três a quatro xícaras de café por dia.
"O café não é remédio, ele não cura nada. O café é um agente que previne e mantém a saúde de pessoas saudáveis. Não é veneno. Mas, em excesso, tudo é veneno, até água. Açúcar, sal, amor, dinheiro, fama e até poder em excesso é perigosíssimo", ressalta doutor Darcy Lima
ALBERTO GASPAR Campinas (SP)
A derrubada dos preconceitos contra o café chega até a hora do recreio. Já não é difícil encontrá-lo em escolas do ensino fundamental. Os alunos fazem fila para tomar café com leite. O Projeto Café na Merenda deve alcançar, este ano, um milhão de crianças em todo o Brasil.
"O estudante que toma café com leite, comparado ao que não toma, tem melhor desempenho na escola, rende mais. Ele se alimenta e fica mais atento para a aula. Assim, ele aprende mais", diz o médico Darcy Lima, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Doutor Darcy Lima, o pai da ideia, há 20 anos comanda uma cruzada em favor do café. E, para defender, é preciso explicar o que é o café em detalhes. "O café tem vitaminas, antioxidantes e mais minerais que qualquer água mineral. Quais são os minerais importantes do corpo humano? O que previne a anemia? Ferro. O que mantém a energia, a atividade e o sistema imunológico? O zinco. E o que o atleta precisa para não se esgotar e ficar com fraqueza muscular e cansaço quando está jogando tênis? Cálcio e potássio", ensina doutor Darcy Lima.
Uma escola do Sesi em Campinas oferece café com leite três vezes por semana a mais de 600 alunos. São 20 quilos de pó de café e 700 litros de leite por mês. A merendeira Gildete Firmino faz a mistura com todo o carinho. Mas, pessoalmente, tem outra preferência. "Eu amo café. Só café. E quente. Mas as crianças precisam de leite", diz ela.
Falta de energia não costuma ser o problema de ninguém na fase de crescimento. Mas existem outros aspectos importantes, principalmente na escola, em que o café pode dar uma forcinha a mais para crianças e adolescentes.
Administrar essa energia toda é sempre um desafio para pais e professores. Quem estuda no período da manhã pode trazer de casa um certo sono, que afeta a atenção e as condições de aprender. E à tarde, o problema é aquela preguiça que bate depois do almoço. Nada que o café com leite não ajude a resolver.
"A mente fixa na aula. Não escapamos com outros assuntos. Ficamos fixos na aula. Sem café, era mais difícil. Nos soltávamos facilmente", lembra Gianlucca, de 10 anos.
"Eu não tomava muito café e não tinha muita concentração na aula, não conseguia desenvolver quase nada. Agora, que comecei a tomar café, tenho muito mais desenvolvimento do que antigamente", conta Danilo, de 10 anos.
Mas café também é questão de gosto, claro.
"O sabor não me agrada. É amargo. Mesmo com açúcar, eu não gosto. Eu prefiro água", diz Gustavo, de 10 anos.
"Já tomei uma vez e não gostei. Acho que deixa um pouco de mau hálito", justifica Nathan, de 10 anos.
As professoras não têm dúvidas: aprovam a novidade na merenda. "Eu acho que eles retornam mais ativos, mais inteirados na aula, mais ligados", observa Sonia de Fátima Costa.
"Eu percebo que nos dias com café na merenda as crianças têm uma concentração maior. Eu jogo um pouco com as matérias em função disso. Procuro sempre trabalhar matérias que exigem mais concentração, como matemática, depois do lanche. Porque sei que vou ter uma resposta melhor do que antes do lanche", diz a professora Rosângela Moreira.
E para quem ainda se preocupa com a cafeína, o médico e professor da UFRJ alerta:
uma garrafa de dois litros de refrigerante tem a mesma quantidade de cafeína de três xícaras de café. E o que se recomenda, para crianças de até 10 anos de idade, são três xícaras de café com leite.
"É uma compatibilidade que a natureza fez entre uma fruta e um produto animal: o suco da semente do café com o leite, que é o mais nobre dos alimentos", conclui doutor Darcy Lima.
A própria afirmação de que a cafeína diminuiria a absorção do cálcio tem sido desmentida por alguns estudos, diz doutor Darcy Lima. O café também não é mais considerado dopping em competições esportivas. Mas pode, mesmo, interferir no sono.
"Realmente, o café acorda. Mas ele é uma bebida diurna. Depois das 17h, não se toma mais café, porque o ciclo do sono vigília começa. O café é uma bebida saudável para pessoas saudáveis. O café pode desencadear pânico. Quem tem ansiedade, insônia, tendência à hipertensão, arritmia deve procurar orientação médica", aconselha doutor Darcy Lima.
E mesmo para quem é adulto e saudável, os médicos não recomendam mais do que três a quatro xícaras de café por dia.
"O café não é remédio, ele não cura nada. O café é um agente que previne e mantém a saúde de pessoas saudáveis. Não é veneno. Mas, em excesso, tudo é veneno, até água. Açúcar, sal, amor, dinheiro, fama e até poder em excesso é perigosíssimo", ressalta doutor Darcy Lima
Cientistas afirmam: café não faz mal à saúde
Primeiros resultados de uma pesquisa feita pelo Instituto do Coração, em São Paulo, indicam que bebida não aumenta o risco de infarto.
ALBERTO GASPAR Rio de Janeiro e São Paulo
Alguém duvida de que o café seja uma preferência nacional? Tomar um cafezinho é um gesto repetido milhões e milhões de vezes por dia. No Brasil, essa dose instantânea de tradição e alegria só perde para a água como bebida mais consumida. Nove entre dez brasileiros com mais de 15 anos tomam pelo menos um café por dia. O caminho dele até às xícaras é longo. E o tratamento que se dá a esse símbolo nacional está cada vez melhor.
"Buscamos uma bebida suave, como costumamos falar. Uma bebida que é agradável para a pessoa tomar, que não tenha um sabor estranho nem seja muito forte. Tem que ter um amarguinho, mas com sabor, como se fosse um sabor de fruta. Esse é o ideal", explica o engenheiro agrônomo José Braz Matiello.
Neto de italianos que chegaram ao Brasil no século 19 para trabalhar em lavouras de café, Matiello passou a vida toda no meio delas. Engenheiro agrônomo e pesquisador, em mais de 40 anos de estrada, ele construiu um nome respeitadíssimo no mundo do café.
"As pessoas sempre falaram que o café bom vai para o exterior e o ruim fica aqui. Isso acontecia no passado. Hoje em dia, algum mercado ainda pode pagar um preço melhor. Logicamente, o café vai para lá. Mas o consumo interno cresceu muito, em função também da melhoria da qualidade. Passamos de 17 milhões de sacas. O Brasil é o segundo maior consumidor mundial de café, só perde para os Estados Unidos", diz Matiello.
Mas não dá para esquecer que o café ainda carrega uma certa fama de vilão da saúde. Muita gente se mantém longe dele. A bebida causaria ansiedade, palpitações. O Instituto do Coração da Universidade de São Paulo (Incor-USP) até criou uma unidade de pesquisa especial: Café e Coração. A ideia é, pela primeira vez, no Brasil, analisar a ação do café no organismo, comparando pessoas com doenças do coração, diabéticas ou saudáveis, sem nenhuma doença. Parece simples, mas não é.
Sete voluntários, parte de um primeiro grupo de 27, dedicaram 70 dias à pesquisa. Vida em comum, perfis diferentes. A aposentada Maria Dalva Dias não tem problemas de saúde. Já o marido dela, seu Carlos, tem entupimentos em artérias do coração, que provocam cansaço e dores no peito. Por enquanto, toma remédios. Mas uma cirurgia não está descartada.
Antes dos primeiros exames, realizados no Incor, os voluntários precisaram reduzir a zero a cafeína no organismo. Uma "limpeza", que levou 21 dias.
"Foi difícil. Eu senti dor de cabeça. Ficar sem café é ruim. É duro sentir o cheiro do café, ver os outros tomando. É terrível. Eu também não podia consumir refrigerante, chocolate, chá mate. Tive que tirar tudo o que contém cafeína para começar os testes", conta dona Dalva.
Uma batelada de testes, para que os médicos pudessem verificar como o organismo dos voluntários funcionaria sem cafeína. Depois, todos receberam o mesmo tipo de café, em duas versões: mais ou menos torrado e uma cafeteira para levar para casa, além de uma rotina a ser seguida, rigorosamente, durante várias semanas. "A medida da água e do pó tinha que ser certinha", lembra dona Dalva.
Seu Carlos e dona Dalva não tiveram nenhum problema em seguir as instruções. A regra era tomar três xícaras de café por dia, nos horários que eles escolhessem. "É mais gostoso. Voltar a tomar café depois de um tempo é muito mais gostoso", comemora dona Dalva.
De volta ao Incor, os testes foram repetidos. Os médicos estão cautelosos. Ainda é cedo para conclusões definitivas. Mas os primeiros resultados confirmam o que pesquisas internacionais já vêm indicando. "Hoje está claro que tomar café não leva a ter mais infarto. Em vários estudos europeus e americanos, isso começa a cair em termos de verdade. Já há evidências claras de que o aumento da pressão arterial em uma pessoa que toma café regularmente é discretíssimo. É diferente para o individuo que nunca tomou café e de repente toma duas grandes xícaras de café. Esse indivíduo pode se sentir mal, até ter elevação da pressão, taquicardia, porque ele não está acostumado ao café", esclarece o professor Luiz Antonio M. César, médico do Incor.
Segundo o coordenador da Unidade de Café e Coração, não houve mudanças nos níveis de colesterol dos voluntários. O que era esperado, porque, no café coado, a gordura é filtrada. E a pressão sanguínea deles ficou até um pouquinho mais baixa no período em que tomaram café. Houve também uma agradável surpresa.
"Não posso afirmar que isso seja um efeito e que vai ser mantido. Mas ficou evidente que houve uma redução de 70% no número de extrassístoles das pessoas que tinham doenças no coração. É muito cedo, mas, no conjunto, eu posso dizer: mal não faz", afirma doutor Luiz Antonio M. César.
Os resultados dos efeitos do café nos voluntários diabéticos ainda não estão prontos, mas os pesquisadores já podem garantir que o café é até bom para eles. "Todos os estudos epidemiológicos estão mostrando de forma clara que quem toma café tem menos chances de ficar diabético. Ou, se for ficar, ficar mais tarde", revela doutor Luiz Antonio M. César.
Segundo os especialistas, essa virada da ciência em relação ao café se deve, sobretudo, ao fato de as pesquisas, no passado, encararem o produto como se fosse apenas cafeína. Em vez de xícaras de café, os pacientes testados só recebiam pílulas de cafeína.
"A cafeína isolada talvez não seja boa, mas o café não é só cafeína, tem centenas de outras substâncias. São estudos recentes que estão mudando a imagem do café", diz doutor Luiz Antonio M. Césa
ALBERTO GASPAR Rio de Janeiro e São Paulo
Alguém duvida de que o café seja uma preferência nacional? Tomar um cafezinho é um gesto repetido milhões e milhões de vezes por dia. No Brasil, essa dose instantânea de tradição e alegria só perde para a água como bebida mais consumida. Nove entre dez brasileiros com mais de 15 anos tomam pelo menos um café por dia. O caminho dele até às xícaras é longo. E o tratamento que se dá a esse símbolo nacional está cada vez melhor.
"Buscamos uma bebida suave, como costumamos falar. Uma bebida que é agradável para a pessoa tomar, que não tenha um sabor estranho nem seja muito forte. Tem que ter um amarguinho, mas com sabor, como se fosse um sabor de fruta. Esse é o ideal", explica o engenheiro agrônomo José Braz Matiello.
Neto de italianos que chegaram ao Brasil no século 19 para trabalhar em lavouras de café, Matiello passou a vida toda no meio delas. Engenheiro agrônomo e pesquisador, em mais de 40 anos de estrada, ele construiu um nome respeitadíssimo no mundo do café.
"As pessoas sempre falaram que o café bom vai para o exterior e o ruim fica aqui. Isso acontecia no passado. Hoje em dia, algum mercado ainda pode pagar um preço melhor. Logicamente, o café vai para lá. Mas o consumo interno cresceu muito, em função também da melhoria da qualidade. Passamos de 17 milhões de sacas. O Brasil é o segundo maior consumidor mundial de café, só perde para os Estados Unidos", diz Matiello.
Mas não dá para esquecer que o café ainda carrega uma certa fama de vilão da saúde. Muita gente se mantém longe dele. A bebida causaria ansiedade, palpitações. O Instituto do Coração da Universidade de São Paulo (Incor-USP) até criou uma unidade de pesquisa especial: Café e Coração. A ideia é, pela primeira vez, no Brasil, analisar a ação do café no organismo, comparando pessoas com doenças do coração, diabéticas ou saudáveis, sem nenhuma doença. Parece simples, mas não é.
Sete voluntários, parte de um primeiro grupo de 27, dedicaram 70 dias à pesquisa. Vida em comum, perfis diferentes. A aposentada Maria Dalva Dias não tem problemas de saúde. Já o marido dela, seu Carlos, tem entupimentos em artérias do coração, que provocam cansaço e dores no peito. Por enquanto, toma remédios. Mas uma cirurgia não está descartada.
Antes dos primeiros exames, realizados no Incor, os voluntários precisaram reduzir a zero a cafeína no organismo. Uma "limpeza", que levou 21 dias.
"Foi difícil. Eu senti dor de cabeça. Ficar sem café é ruim. É duro sentir o cheiro do café, ver os outros tomando. É terrível. Eu também não podia consumir refrigerante, chocolate, chá mate. Tive que tirar tudo o que contém cafeína para começar os testes", conta dona Dalva.
Uma batelada de testes, para que os médicos pudessem verificar como o organismo dos voluntários funcionaria sem cafeína. Depois, todos receberam o mesmo tipo de café, em duas versões: mais ou menos torrado e uma cafeteira para levar para casa, além de uma rotina a ser seguida, rigorosamente, durante várias semanas. "A medida da água e do pó tinha que ser certinha", lembra dona Dalva.
Seu Carlos e dona Dalva não tiveram nenhum problema em seguir as instruções. A regra era tomar três xícaras de café por dia, nos horários que eles escolhessem. "É mais gostoso. Voltar a tomar café depois de um tempo é muito mais gostoso", comemora dona Dalva.
De volta ao Incor, os testes foram repetidos. Os médicos estão cautelosos. Ainda é cedo para conclusões definitivas. Mas os primeiros resultados confirmam o que pesquisas internacionais já vêm indicando. "Hoje está claro que tomar café não leva a ter mais infarto. Em vários estudos europeus e americanos, isso começa a cair em termos de verdade. Já há evidências claras de que o aumento da pressão arterial em uma pessoa que toma café regularmente é discretíssimo. É diferente para o individuo que nunca tomou café e de repente toma duas grandes xícaras de café. Esse indivíduo pode se sentir mal, até ter elevação da pressão, taquicardia, porque ele não está acostumado ao café", esclarece o professor Luiz Antonio M. César, médico do Incor.
Segundo o coordenador da Unidade de Café e Coração, não houve mudanças nos níveis de colesterol dos voluntários. O que era esperado, porque, no café coado, a gordura é filtrada. E a pressão sanguínea deles ficou até um pouquinho mais baixa no período em que tomaram café. Houve também uma agradável surpresa.
"Não posso afirmar que isso seja um efeito e que vai ser mantido. Mas ficou evidente que houve uma redução de 70% no número de extrassístoles das pessoas que tinham doenças no coração. É muito cedo, mas, no conjunto, eu posso dizer: mal não faz", afirma doutor Luiz Antonio M. César.
Os resultados dos efeitos do café nos voluntários diabéticos ainda não estão prontos, mas os pesquisadores já podem garantir que o café é até bom para eles. "Todos os estudos epidemiológicos estão mostrando de forma clara que quem toma café tem menos chances de ficar diabético. Ou, se for ficar, ficar mais tarde", revela doutor Luiz Antonio M. César.
Segundo os especialistas, essa virada da ciência em relação ao café se deve, sobretudo, ao fato de as pesquisas, no passado, encararem o produto como se fosse apenas cafeína. Em vez de xícaras de café, os pacientes testados só recebiam pílulas de cafeína.
"A cafeína isolada talvez não seja boa, mas o café não é só cafeína, tem centenas de outras substâncias. São estudos recentes que estão mudando a imagem do café", diz doutor Luiz Antonio M. Césa
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Café contra Alzheimer
6/7/2009
Agência FAPESP – Café para o tratamento de Alzheimer? É o que descrevem dois artigos publicados neste domingo no Journal of Alzheimer's Disease. Os trabalhos por enquanto foram feitos apenas em camundongos, mas os resultados deixaram os autores otimistas.
Segundo o grupo internacional de pesquisadores responsável pelos dois estudos complementares, a ingestão de cafeína levou à redução de níveis anormais de placas amiloides – depósitos de proteínas que danificam nervos no cérebro e são características da doença – tanto no sangue como no cérebro de camundongos.
Os estudos foram baseados em trabalhos anteriores feitos no Centro de Pesquisa sobre a Doença de Alzheimer da Universidade do Sul da Flórida, nos Estados Unidos, os quais mostraram que a administração de cafeína no início da vida adulta preveniu a manifestação de problemas de memória em camundongos modificados geneticamente para desenvolver sintomas de Alzheimer quando idosos.
“Os novos resultados fornecem evidência de que a cafeína pode ser uma alternativa viável para o tratamento da doença já estabelecida, e não apenas como uma estratégia preventiva. Isso é muito importante, pois o consumo de cafeína é seguro para a maioria das pessoas, ela entra facilmente no cérebro e aparentemente afeta diretamente o processo da doença”, disse Gary Arendash, da Universidade do Sul da Flórida, um dos coordenadores das pesquisas.
Com base nos resultados animadores, os cientistas esperam começar em breve testes em humanos para avaliar se a cafeína pode beneficiar pacientes com prejuízo cognitivo suave ou Alzheimer em estágio inicial.
Os pesquisadores haviam determinado em trabalho anterior que a administração de cafeína em idosos sem sinais de demência altera rapidamente os níveis de beta-amiloide (proteína responsável pela formação da placa) no sangue, da mesma forma como foi verificada em testes com animais.
O grupo se interessou em investigar o potencial da cafeína há alguns anos, após a publicação de um estudo feito em Portugal que apontou que pessoas com Alzheimer haviam consumido menos café nos 20 anos anteriores do que outros sem a doença.
Desde então, diversos estudos clínicos não controlados apontaram que o consumo moderado de café poderia proteger contra o declínio da memória que ocorre normalmente durante o envelhecimento. Os novos estudos, controlados, permitiram isolar efeitos da cafeína de outros fatores, como dieta ou exercício, segundo os autores.
Os trabalhos foram feitos em 55 camundongos geneticamente alterados para desenvolver problemas de memória, simulando Alzheimer, à medida que envelheciam.
Depois que testes comportamentais confirmaram que os animais apresentavam sinais de déficits de memória por volta dos 18 meses – que correspondem aos 70 anos em humanos –, os pesquisadores dividiram os camundongos em dois grupos, um dos quais passou a receber café junto com a água que bebiam.
Os roedores ingeriram cerca de 500 miligramas de café por dia, o equivalente a um pouco mais de dois expressos. Após os dois meses da pesquisa, o grupo que ingeriu café se saiu bem melhor do que o outro em testes para avaliar a memória.
De acordo com os pesquisadores, a análise dos cérebros dos camundongos que consumiu café mostrou uma redução de quase 50% nos níveis de beta-amiloide.
Outro experimento do mesmo grupo indicou que a cafeína aparentemente restaura a memória ao reduzir as quantidades de enzimas necessárias para a produção da beta-amiloide. Os autores estimam que a cafeína deve suprimir as alterações inflamatórias no cérebro que levam à abundância de beta-amiloide.
Se a cafeína teve importante ação nos animais doentes, o mesmo não ocorreu em outro experimento feito com exemplares saudáveis. Nesses, a administração da substância não levou a uma melhoria da memória.
Os artigos Caffeine reverses cognitive impairment and decreases brain amyloid-β levels in aged Alzheimer's disease mice e Caffeine suppresses amyloid-β levels in plasma and brain of Alzheimer's disease transgenic mice podem ser lidos por assinantes do Journal of Alzheimer's Disease em www.j-alz.com.
(DO BOLETIM DA FAPESP)
Agência FAPESP – Café para o tratamento de Alzheimer? É o que descrevem dois artigos publicados neste domingo no Journal of Alzheimer's Disease. Os trabalhos por enquanto foram feitos apenas em camundongos, mas os resultados deixaram os autores otimistas.
Segundo o grupo internacional de pesquisadores responsável pelos dois estudos complementares, a ingestão de cafeína levou à redução de níveis anormais de placas amiloides – depósitos de proteínas que danificam nervos no cérebro e são características da doença – tanto no sangue como no cérebro de camundongos.
Os estudos foram baseados em trabalhos anteriores feitos no Centro de Pesquisa sobre a Doença de Alzheimer da Universidade do Sul da Flórida, nos Estados Unidos, os quais mostraram que a administração de cafeína no início da vida adulta preveniu a manifestação de problemas de memória em camundongos modificados geneticamente para desenvolver sintomas de Alzheimer quando idosos.
“Os novos resultados fornecem evidência de que a cafeína pode ser uma alternativa viável para o tratamento da doença já estabelecida, e não apenas como uma estratégia preventiva. Isso é muito importante, pois o consumo de cafeína é seguro para a maioria das pessoas, ela entra facilmente no cérebro e aparentemente afeta diretamente o processo da doença”, disse Gary Arendash, da Universidade do Sul da Flórida, um dos coordenadores das pesquisas.
Com base nos resultados animadores, os cientistas esperam começar em breve testes em humanos para avaliar se a cafeína pode beneficiar pacientes com prejuízo cognitivo suave ou Alzheimer em estágio inicial.
Os pesquisadores haviam determinado em trabalho anterior que a administração de cafeína em idosos sem sinais de demência altera rapidamente os níveis de beta-amiloide (proteína responsável pela formação da placa) no sangue, da mesma forma como foi verificada em testes com animais.
O grupo se interessou em investigar o potencial da cafeína há alguns anos, após a publicação de um estudo feito em Portugal que apontou que pessoas com Alzheimer haviam consumido menos café nos 20 anos anteriores do que outros sem a doença.
Desde então, diversos estudos clínicos não controlados apontaram que o consumo moderado de café poderia proteger contra o declínio da memória que ocorre normalmente durante o envelhecimento. Os novos estudos, controlados, permitiram isolar efeitos da cafeína de outros fatores, como dieta ou exercício, segundo os autores.
Os trabalhos foram feitos em 55 camundongos geneticamente alterados para desenvolver problemas de memória, simulando Alzheimer, à medida que envelheciam.
Depois que testes comportamentais confirmaram que os animais apresentavam sinais de déficits de memória por volta dos 18 meses – que correspondem aos 70 anos em humanos –, os pesquisadores dividiram os camundongos em dois grupos, um dos quais passou a receber café junto com a água que bebiam.
Os roedores ingeriram cerca de 500 miligramas de café por dia, o equivalente a um pouco mais de dois expressos. Após os dois meses da pesquisa, o grupo que ingeriu café se saiu bem melhor do que o outro em testes para avaliar a memória.
De acordo com os pesquisadores, a análise dos cérebros dos camundongos que consumiu café mostrou uma redução de quase 50% nos níveis de beta-amiloide.
Outro experimento do mesmo grupo indicou que a cafeína aparentemente restaura a memória ao reduzir as quantidades de enzimas necessárias para a produção da beta-amiloide. Os autores estimam que a cafeína deve suprimir as alterações inflamatórias no cérebro que levam à abundância de beta-amiloide.
Se a cafeína teve importante ação nos animais doentes, o mesmo não ocorreu em outro experimento feito com exemplares saudáveis. Nesses, a administração da substância não levou a uma melhoria da memória.
Os artigos Caffeine reverses cognitive impairment and decreases brain amyloid-β levels in aged Alzheimer's disease mice e Caffeine suppresses amyloid-β levels in plasma and brain of Alzheimer's disease transgenic mice podem ser lidos por assinantes do Journal of Alzheimer's Disease em www.j-alz.com.
(DO BOLETIM DA FAPESP)
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Cafeína pode ajudar na cura do Alzheimer
Guilherme Pavarin, de INFO Online Quarta-feira, 08 de julho de 2009 - 12h27
Cafeína pode ajudar na cura do Alzheimer
O poder de cura do café: cerca de duas doses de expresso por dia fizeram camundongos modificados apresentarem melhorias na memória
SÃO PAULO – O primeiro estudo que sugeria que o café poderia prevenir a doença de Alzheimer foi divulgado há sete anos por pesquisadores portugueses, no Jornal Europeu de Neurologia. Agora, porém, em 2009, novos experimentos sugerem um avanço na tese.
Um artigo divulgado no Journal of Alzheimer´s Disease no início da semana, mostrou, por meio de trabalhos feitos em camundongos, que a ingestão de cafeína é capaz de reduzir níveis anormais de placas amilóides no cérebro – uma das peculiaridades da doença.
A cafeína, segundo as experiências, pode ser não só uma estratégia preventiva, como também uma opção para o tratamento da doença já estabelecida.
A conclusão simplificada do processo é que a ingestão regular de cafeína por camundongos (modificados geneticamente para desenvolver sintomas de Alzheimer na velhice) no início da vida adulta preveniu a manifestação de problemas de memória.
O grupo de roedores que ingeriu cerca de 500 miligramas de café por dia se saiu bem melhor do que o outro em testes de memória, depois de dois meses de pesquisa, de acordo com os pesquisadores.
O estudo foi descrito por um grupo de estudiosos da Universidade da Flórida do Sul, que declararam ter sido estimulados pela pesquisa portuguesa.
A prova inicial dos pioneiros, que dizia que pessoas com Alzheimer haviam consumido menos café nos 20 anos anteriores do que outras sem a doença, serviu de ponto inicial para o estudo americano.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Novos estudos sugerem que cafeína pode combater a Doença de Alzheimer
julho 7, 2009
Novos estudos sugerem que cafeína pode combater a Doença de Alzheimer
admin
pesquisa, saúde
Café contra Alzheimer – É o que descrevem dois artigos publicados neste domingo no Journal of Alzheimer’s Disease. Os trabalhos por enquanto foram feitos apenas em camundongos, mas os resultados deixaram os autores otimistas.
Segundo o grupo internacional de pesquisadores responsável pelos dois estudos complementares, a ingestão de cafeína levou à redução de níveis anormais de placas amiloides – depósitos de proteínas que danificam nervos no cérebro e são características da doença – tanto no sangue como no cérebro de camundongos.
Os estudos foram baseados em trabalhos anteriores feitos no Centro de Pesquisa sobre a Doença de Alzheimer da Universidade do Sul da Flórida, nos Estados Unidos, os quais mostraram que a administração de cafeína no início da vida adulta preveniu a manifestação de problemas de memória em camundongos modificados geneticamente para desenvolver sintomas de Alzheimer quando idosos.
“Os novos resultados fornecem evidência de que a cafeína pode ser uma alternativa viável para o tratamento da doença já estabelecida, e não apenas como uma estratégia preventiva. Isso é muito importante, pois o consumo de cafeína é seguro para a maioria das pessoas, ela entra facilmente no cérebro e aparentemente afeta diretamente o processo da doença”, disse Gary Arendash, da Universidade do Sul da Flórida, um dos coordenadores das pesquisas.
Com base nos resultados animadores, os cientistas esperam começar em breve testes em humanos para avaliar se a cafeína pode beneficiar pacientes com prejuízo cognitivo suave ou Alzheimer em estágio inicial.
Os pesquisadores haviam determinado em trabalho anterior que a administração de cafeína em idosos sem sinais de demência altera rapidamente os níveis de beta-amiloide (proteína responsável pela formação da placa) no sangue, da mesma forma como foi verificada em testes com animais.
O grupo se interessou em investigar o potencial da cafeína há alguns anos, após a publicação de um estudo feito em Portugal que apontou que pessoas com Alzheimer haviam consumido menos café nos 20 anos anteriores do que outros sem a doença.
Desde então, diversos estudos clínicos não controlados apontaram que o consumo moderado de café poderia proteger contra o declínio da memória que ocorre normalmente durante o envelhecimento. Os novos estudos, controlados, permitiram isolar efeitos da cafeína de outros fatores, como dieta ou exercício, segundo os autores.
Os trabalhos foram feitos em 55 camundongos geneticamente alterados para desenvolver problemas de memória, simulando Alzheimer, à medida que envelheciam.
Depois que testes comportamentais confirmaram que os animais apresentavam sinais de déficits de memória por volta dos 18 meses – que correspondem aos 70 anos em humanos –, os pesquisadores dividiram os camundongos em dois grupos, um dos quais passou a receber café junto com a água que bebiam.
Os roedores ingeriram cerca de 500 miligramas de café por dia, o equivalente a um pouco mais de dois expressos. Após os dois meses da pesquisa, o grupo que ingeriu café se saiu bem melhor do que o outro em testes para avaliar a memória.
De acordo com os pesquisadores, a análise dos cérebros dos camundongos que consumiu café mostrou uma redução de quase 50% nos níveis de beta-amiloide.
Outro experimento do mesmo grupo indicou que a cafeína aparentemente restaura a memória ao reduzir as quantidades de enzimas necessárias para a produção da beta-amiloide. Os autores estimam que a cafeína deve suprimir as alterações inflamatórias no cérebro que levam à abundância de beta-amiloide.
Se a cafeína teve importante ação nos animais doentes, o mesmo não ocorreu em outro experimento feito com exemplares saudáveis. Nesses, a administração da substância não levou a uma melhoria da memória.
Os artigos “Caffeine reverses cognitive impairment and decreases brain amyloid-β levels in aged Alzheimer’s disease mice” e Caffeine suppresses amyloid-β levels in plasma and brain of Alzheimer’s disease transgenic mice podem ser lidos por assinantes do Journal of Alzheimer’s Disease. Para maiores informações transcrevemos, abaixo os abstracts:
Caffeine Reverses Cognitive Impairment and Decreases Brain Amyloid-β Levels in Aged Alzheimer’s Disease Mice
Gary W. Arendash, Takashi Mori, Chuanhai Cao, Malgorzata Mamcarz, Melissa Runfeldt, Alexander Dickson, Kavon Rezai-Zadeh, Jun Tan, Bruce A. Citron, Xiaoyang Lin, Valentina Echeverria, Huntington Potter
Abstract: We have recently shown that Alzheimer’s disease (AD) transgenic mice given a moderate level of caffeine intake (the human equivalent of 5 cups of coffee per day) are protected from development of otherwise certain cognitive impairment and have decreased hippocampal amyloid-? (A?) levels due to suppression of both β-secretase (BACE1) and presenilin 1 (PS1)/g-secretase expression. To determine if caffeine intake can have beneficial effects in “aged” APPsw mice already demonstrating cognitive impairment, we administered caffeine in the drinking water of 18-19 month old APPsw mice that were impaired in working memory. At 4-5 weeks into caffeine treatment, those impaired transgenic mice given caffeine (Tg/Caff) exhibited vastly superior working memory compared to the continuing impairment of control transgenic mice. In addition, Tg/Caff mice had substantially reduced Aβ deposition in hippocampus (down 40%) and entorhinal cortex (down 46%), as well as correlated decreases in brain soluble Aβ levels. Mechanistically, evidence is provided that caffeine suppression of BACE1 involves the cRaf-1/NF?B pathway. We also determined that caffeine concentrations within human physiological range effectively reduce active and total glycogen synthase kinase 3 levels in SweAPP N2a cells. Even with pre-existing and substantial Aβ burden, aged APPsw mice exhibited memory restoration and reversal of AD.
Caffeine Suppresses Amyloid-β Levels in Plasma and Brain of Alzheimer’s Disease Transgenic Mice
Chuanhai Cao, John R. Cirrito, Xiaoyang Lin, Lilly Wang, Deborah K Verges, Alexander Dickson, Malgorzata Mamcarz, Chi Zhang, Takashi Mori, Gary W. Arendash, David M. Holtzman, Huntington Potter
Abstract: Recent epidemiologic studies suggest that caffeine may be protective against Alzheimer’s disease (AD). Supportive of this premise, our previous studies have shown that moderate caffeine administration protects/restores cognitive function and suppresses brain amyloid-β (Aβ) production in AD transgenic mice. In the present study, we report that acute caffeine administration to both young adult and aged AD transgenic mice rapidly reduces Aβ levels in both brain interstitial fluid and plasma without affecting Aβ elimination. Long-term oral caffeine treatment to aged AD mice provided not only sustained reductions in plasma Aβ, but also decreases in both soluble and deposited Aβ in hippocampus and cortex. Irrespective of caffeine treatment, plasma Aβ levels did not correlate with brain Aβ levels or with cognitive performance in individual aged AD mice. Although higher plasma caffeine levels were strongly associated with lower plasma Aβ1-40 levels in aged AD mice, plasma caffeine levels were also not linked to cognitive performance. Plasma caffeine and theophylline levels were tightly correlated, both being associated with reduced inflammatory cytokine levels in hippocampus. Our conclusion is two-fold: first, that both plasma and brain Aβ levels are reduced by acute or chronic caffeine administration in several AD transgenic lines and ages, indicating a therapeutic value of caffeine against AD; and second, that plasma A? levels are not an accurate index of brain A? levels/deposition or cognitive performance in aged AD mice.
Matéria da Agência FAPESP, publicada com informações complementares pelo EcoDebate, 07/07/2009
Nota do EcoDebate: os resultados destes estudos confirmam as conclusões de um estudo anterior,”Caffeine protects Alzheimer’s mice against cognitive impairment and reduces brain β-amyloid production “, publicado na revista Neuroscience, Volume 142, Issue 4, 3 November 2006, Pages 941-952
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domingo, 5 de julho de 2009
Estudo sugere que cafeína pode combater Alzheimer
05/07/2009 - 13:57 - EFE
Logo EFE
Embargada até as 19h de Brasília de hoje) Redação Central, 5 jul (EFE).-
Os amantes do café podem ter uma nova desculpa para tomar uma xícara extra, depois que um experimento realizado na Flórida (EUA) mostrou que uma dose de cafeína equivalente a cinco xícaras diárias de café fez com que ratos com sintomas de Alzheimer recuperassem a memória.
A cafeína reduziu de forma significativa os níveis anormais de proteína beta-amilóide - um dos principais responsáveis do Alzheimer - no cérebro e no sangue dos ratos, segundo cientistas da Universidade do Sul da Flórida, que publicam hoje os resultados de seu estudo na versão digital do "Journal of Alzheimer's Disease".
"Este é um dos experimentos mais promissores sobre o Alzheimer em ratos até o momento", disse Huntington Potter, diretor do Centro de Pesquisa do Mal de Alzheimer (ADRC, em inglês) da Flórida.
Segundo o autor principal do estudo, o neurocientista Gary Arendash, do ADRC, "a descoberta é uma evidência de que a cafeína pode ser um tratamento viável para o Mal de Alzheimer, e não simplesmente uma estratégia protetora".
Agora, os cientistas do ADRC e do Centro Byrd da Universidade da Flórida esperam poder realizar testes clínicos para avaliar se a cafeína pode beneficiar pessoas com transtornos cognitivos leves ou em uma fase adiantada do Alzheimer.
A equipe já pôde comprovar que uma única dose de cafeína reduz nas pessoas os níveis de beta-amilóide no sangue, mas seria necessário um estudo mais a longo prazo - seis meses, pelo menos - para avaliar se melhora a memória em pacientes com Alzheimer, disse Arendash à Agência Efe.
Segundo Arendash, acredita-se que há maiores esperanças de combater o Alzheimer se for em uma fase adiantada, por isso a cafeína deveria ser administrada, no máximo, na meia idade, entre os 40 e 50 anos de idade.
"No entanto, com uma substância terapêutica como a cafeína, que afeta diretamente o processo do Mal de Alzheimer, sempre existem esperanças de melhoras em qualquer estágio da doença", disse.
O cientista disse à Efe que não duvidaria em recomendar às pessoas que não têm hipertensão e que não estão grávidas uma dose diária de 500 miligramas de cafeína, preferivelmente em forma de café ou comprimidos.
Essa dose equivale a cerca de cinco xícaras de café. EFE ik/an
© Copyright 2000-2008, Internet Group - Portais: iG, iBest e BrTurbo
Logo EFE
Embargada até as 19h de Brasília de hoje) Redação Central, 5 jul (EFE).-
Os amantes do café podem ter uma nova desculpa para tomar uma xícara extra, depois que um experimento realizado na Flórida (EUA) mostrou que uma dose de cafeína equivalente a cinco xícaras diárias de café fez com que ratos com sintomas de Alzheimer recuperassem a memória.
A cafeína reduziu de forma significativa os níveis anormais de proteína beta-amilóide - um dos principais responsáveis do Alzheimer - no cérebro e no sangue dos ratos, segundo cientistas da Universidade do Sul da Flórida, que publicam hoje os resultados de seu estudo na versão digital do "Journal of Alzheimer's Disease".
"Este é um dos experimentos mais promissores sobre o Alzheimer em ratos até o momento", disse Huntington Potter, diretor do Centro de Pesquisa do Mal de Alzheimer (ADRC, em inglês) da Flórida.
Segundo o autor principal do estudo, o neurocientista Gary Arendash, do ADRC, "a descoberta é uma evidência de que a cafeína pode ser um tratamento viável para o Mal de Alzheimer, e não simplesmente uma estratégia protetora".
Agora, os cientistas do ADRC e do Centro Byrd da Universidade da Flórida esperam poder realizar testes clínicos para avaliar se a cafeína pode beneficiar pessoas com transtornos cognitivos leves ou em uma fase adiantada do Alzheimer.
A equipe já pôde comprovar que uma única dose de cafeína reduz nas pessoas os níveis de beta-amilóide no sangue, mas seria necessário um estudo mais a longo prazo - seis meses, pelo menos - para avaliar se melhora a memória em pacientes com Alzheimer, disse Arendash à Agência Efe.
Segundo Arendash, acredita-se que há maiores esperanças de combater o Alzheimer se for em uma fase adiantada, por isso a cafeína deveria ser administrada, no máximo, na meia idade, entre os 40 e 50 anos de idade.
"No entanto, com uma substância terapêutica como a cafeína, que afeta diretamente o processo do Mal de Alzheimer, sempre existem esperanças de melhoras em qualquer estágio da doença", disse.
O cientista disse à Efe que não duvidaria em recomendar às pessoas que não têm hipertensão e que não estão grávidas uma dose diária de 500 miligramas de cafeína, preferivelmente em forma de café ou comprimidos.
Essa dose equivale a cerca de cinco xícaras de café. EFE ik/an
© Copyright 2000-2008, Internet Group - Portais: iG, iBest e BrTurbo
sábado, 16 de maio de 2009
O dilema do café
Descubra os prós e contras do consumo desta bebida presente em qualquer cardápio
14/04/2009
Por Thaís Harari
A ciência é controversa. Diversos estudos são publicados ora falando bem, ora falando mal do efeito que a ingestão de certos alimentos pode ter sobre o organismo. Com o café não é diferente. Um estudo publicado no Journal of Alzheimer’s Disease em janeiro deste ano mostra que consumir a bebida durante a meia-idade pode reduzir o risco de demência e Mal de Alzheimer na posteridade.
O estudo selecionou aleatoriamente um grupo de 1409 homens e mulheres de meia idade e os acompanhou por aproximadamente 21 anos. No total, 61 indivíduos desenvolveram demência e 48 Mal de Alzheimer. Pessoas que costumavam beber de 3 a 5 copos de café por dia apresentaram menor risco de ter tais doenças comparadas com aquelas que não bebiam ou consumiam muito pouco da bebida.
Segundo Marilis Savaro Lanelas, dermatologista da Sanicorpus em São Paulo, o consumo de café pode combater o estresse oxidativo provocado pelos radicais livres. Liberados naturalmente pelo corpo, são capazes de lesar todas as células do organismo, inclusive as neuronais. A médica acredita que é devido a este poder de bloqueio dos radicais livres que o café é associado a menores riscos de desenvolver doenças degenerativas, como demência e Mal de Azlheimer.
Além das células neuronais, colágeno e elastina - presentes na pele - também são lesadas. “O café atua como neutralizador dos radicais livres, como antioxidante, por isso é utilizado em tratamentos estéticos de prevenção ao envelhecimento”, explica.
As opiniões sobre os benefícios do café não são equânimes. Segundo o dr. Roberto Hymann, reumatologista da Unifesp, o consumo da bebida pode provocar descalcificação óssea. “A cafeína atrapalha o processo de fixação do cálcio pelo osso”. Pessoas que sofrem com osteoporose devem evitar seu consumo, que pode agravar o problema.
Segundo a nutricionista Lilian Mika Horie, da GANEP Nutrição Humana, o ideal é que o consumo de café não ultrapasse a medida de cinco xícaras pequenas por dia. Devido a sua ação estimulante, deve ser evitado por quem tem insônia e arritmia cardíaca, já que pode acelerar os batimentos do coração. Uma vez que estimula a produção de ácido clorídrico no estômago, seu consumo pode também piorar problemas gástricos, como úlcera, gastrite e refluxo.
Lilian, porém, aponta alguns benefícios que o consumo da bebida pode trazer. A cafeína age como estimulante, aumentando o metabolismo e ajudando na queima de calorias. "Além disso, contém antioxidantes - como o ácido cafeico - que evitam a formação de radicais livres e, conseqüentemente, o desenvolvimento da doença coronariana", explica.
Ayurveda
De acordo com o Dr. Danilo Maciel, membro da Associação Brasileira de Ayurveda, o café atua aumentando vata e pita e diminuindo kapha. Portanto, pessoas que sofrem com ansiedade, insônia, perda de peso e tremores musculares – características típicas de vata – ou com queimações gástricas – típico de pita – não devem consumir a bebida.
Sendo um estimulante natural, capaz de ativar a memória, a concentração e a atividade física e mental de uma pessoa, o café é especialmente indicado para aqueles que sofrem com sonolência, peso na cabeça, preguiça, letargia, obesidade, excesso de fome e moleza, características típicas de kapha. O médico indica o consumo diário de até 3 xícaras.
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